Na mágoa de tudo, perdida nos
meus pensamentos, assim me fui começando a conformar com a minha ida para Itália que será o maior desafio
de toda a minha vida. Um desafio que vai por à prova todas as minhas
capacidades e emoções. Não sei o que esperar do meu desempenho, apenas me vou
limitar a sobreviver num lugar que não me pertence… E depois tenho um medo
enorme, não me quero afeiçoar a ninguém de lá pois mais cedo ou mais tarde
terei de regressar para o meu pais e aquilo pelo que estou a passar agora vou
voltar a passar quando partir. Mas mesmo assim, acho que é impossível não me
afeiçoar a ninguém, vou estar longe de casa, longe daqueles de quem eu mais
preciso. Vou certamente procurar, mesmo que involuntariamente, o apoio em alguém decerto, o mais provável será
uma rapariga que pelo que os meus pais me disseram, as raparigas ficam num
quarto e os rapazes noutro devido às várias rivalidades entre os alunos porque
todos querem ser os melhores, coisa que neste momento não me agrada muito, a
ideia de competir.
Não. Quero ser apenas eu, a
Matilde. Não pretendo arranjar confusões com ninguém, quero viver estes meses
sossegada no meu canto, longe de confusões e do centro das atenções. Competir
só aceito se for uma competição comigo mesma, acho que essa já dei inicio desde
que entrei neste avião. Estou a testar-me mesmo não o querendo, o destino
encarregou-se de me roubar do meu canto para um completamente desconhecido. Não
me pretendo gabar por ter tido alguns namorados, na verdade foram dois e foi
uma estupidez. Nem percebi porque namorei com eles, quer dizer, eu gostava
deles, mas não era aquele gostar que eu gostava que fosse e houvesse, aquele
gostar um pouco obcecado, um pouco impulsivo, determinante, forte e
incontrolável… Isto sim, era o que eu gostava de sentir um dia por alguém,
embora tenha estado apaixonada até há pouco tempo como já tinha dito, mas nunca
foi aquilo que eu gostava que fosse, onde incluísse estes sentimentos todos,
coisa que esta minha paixoneta que ninguém soube que eu tinha, existia. Só que
neste momento, indo para Itália, não posso sequer pensar na ideia de permitir
apaixonar-me. Isso seria o pior que me poderia acontecer, deixar a pessoa que
amo.
Senti que o avião começou a
descer, ao fim de três horas dentro deste aparelho, cheguei finalmente a Marco
Polo, aeroporto de Veneza. O meu coração começou com um ritmo descompassado,
era nervos, ansiedade, medo e angustia que se misturavam e criavam um bater
muito forte dentro de mim. Desci as escadas do avião e assim que pisei o chão,
olhei para todo o lado… É aqui! Pensei para mim ao mesmo tempo que dava um
longo suspiro e uma lágrima me veio aos olhos….
- Scusa, la
ragazza si sente bene?
- Sì, va tutto bene ...
- Mi sembra un po 'triste ...
- Non so proprio come posso trovare il college.
- Che college?
- Collegio dell'Anima
- Che cos'è?
- Nulla ... niente .... Prendere un taxi da qui all'ingresso dell'aeroporto, e lui la prende per dove andare Non cercate
- Sei sicuro?
- Sì, sì. Rimani riposato.
- Grazie per l'aiuto.
- Sì, va tutto bene ...
- Mi sembra un po 'triste ...
- Non so proprio come posso trovare il college.
- Che college?
- Collegio dell'Anima
- Che cos'è?
- Nulla ... niente .... Prendere un taxi da qui all'ingresso dell'aeroporto, e lui la prende per dove andare Non cercate
- Sei sicuro?
- Sì, sì. Rimani riposato.
- Grazie per l'aiuto.
Um homenzito bastante simpático até,
pelo menos ao que aparentava, viu-me a chorar e reparou que a minha vida não
estava lá muito boa, quer dizer, não reparou na minha vida, mas percebeu que
algo se passava comigo e que bem…eu não posso continuar a pensar no que deixei
para trás porque senão nunca me vou dar aqui em Itália, pois desde que pus o
meu pé no chão, quando desci do avião, tudo o que vivi até agora fica em Portugal.
Encontrei finalmente um táxi e dei a
direção ao condutor para que me levasse diretamente para o colégio, quando mais
depressa la chegasse melhor. Era quase noite e por estranho que parecesse não
havia muito trânsito. Enquanto estava sentada, peguei no meu tablet e comecei a
procurar informações sobre Veneza. Eu sei que já o devia ter feito antes de vir
mas, não ter feito em Portugal era para não antecipar este dia, contudo, agora
faz todo o sentido pesquisar algumas coisas. Depois de introduzida a palavra no
almanaque ambulante apareceu alguns resultados, abri a primeira página. Comecei
então por ler que era uma cidade conhecida pela sua história, museus e
monumentos; a origem da palavra “Veneza” é incerta mas pensasse ter origem na
palavra “venetus” (mar azul) e digamos que faz todo o sentido; é uma das
cidades mais frias. Soltei um riso ao ler isto porque esse era um facto que já
tinha constatado está realmente fresquinho por estes lados. Fechei a página e
desliguei o aparelho pois o taxista tinha parado.
- Sono 20 euro, per favore. –
Disse-me o senhor motorista muito educadamente.
Paguei ao senhor e até que nem
achei muito caro porque acho que o caminho ainda foi um bom bocado grande, ou
talvez não, mas quando estamos entretidas tudo parece demorar uma eternidade.
- Grazie e godere della
migliore quella Venezia dispone. – E sorriu-me.
- Grazie. – E disse com um
enorme sorriso tentando esconder a tristeza com que estava no avião.
Bem, fiquei espantada quando
olhei à minha volta e vi todo o tipo de coisas que Veneza tem de tão lindo e
espetacular, desde a sua cidade ser banhado por um mar, o que me deixava
fascinada, um enorme mar e por “entre ele” existirem várias casas e à volta
delas vários passeios onde as crianças correm e brincam tão alegremente como se
aqui fosse o mundo da alegria, o que não me surpreenderia, pois isto é
magnifico! Continuando, tenho de descobrir como se chama este mar e nada melhor
que ir á minha tablet…ham…deixa cá ver…aqui está, mar Adriático. Não é assim
tão difícil e até soa bem, mas o que me fascina mesmo é o tipo de barcos que
eles aqui tem, os seus vários meios de transporte e ao que aparenta, por tudo
isto, Veneza deve ter sido uma potência comercial.
Peguei na minha enorme mala e
comecei a deambular por aquelas ruas, visto que o taxista foi impedido de
passar devido a uma festividade qualquer que ainda não percebi e vou ter de
apanhar outro táxi do outro lado da rua. Assim que cheguei perto do centro vi
pessoas mascaradas, foi aí que se me fez um clique e me lembrei que estava na altura
do carnaval, provavelmente já é o último dia desta festa e vou aproveitar já
que cá estou para poder ver o famoso desfile das mais belas máscaras de todo o
mundo que são usadas durante dez dias pelos habitantes da cidade. Estava
prestes a chegar à Ponte de Rialto…
Mais um capitulo e bem grandinho. Esperemos que gostem! Acham que nos podem dar a vossa opinião? Seria mesmo muito importante.
Beijinhos :)
5 comentários:
Gostei. :D
Gostei muito :D
Carnaval, uhuhuh!
Postem rápido...
Está lindo!
Tipo se as duas individualmente têm muito mas mesmo muito jeito para escrever então juntas nem se fala! São as maiores
Não tens de agradecer!
As coisas disparatadas fazem parte de mim.
O que interessa é não magoar ninguém
quem gosta, gosta, quem não gosta gostasse!
Gosto da tua escrita, em pensamentos da Matilda. Parabéns
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